sexta-feira, 28 de março de 2008

Amor eterno



Conhecer a si mesmo é muita das vezes reconhecer que nunca nos conheceremos o suficiente. Abster-se das próprias vontades é como apunhalar o próprio peito. É como suicidar-se e tornar à vida. Despreocupe-se com o inevitável, homens de milhares de olhos; arranque-os e te nascerão outros milhões.

Vivificar os desejos mais sórdidos da carne é, potencialmente, desconhecer o sentido da existência. É possível afirmar que se trata da mais estúpida demonstração de inteligência; é ter certeza absoluta do que é absolutamente duvidoso; é se alimentar do vômito como os cães e se saciar do suor dos leprosos... é arriscar-se à morte por nada.

Entretanto, é a melhor oportunidade de caminhar pelas veredas da alma e curar-se com a mais perfeita, boa e agradável das vontades. É finalmente interromper o ciclo finito da angústia, entendendo que quando se perde se ganha. "É deveras melhor que sem olhos descortines a vitória do que, com eles, seres velado".

Nossos prazeres são existencialmente potencializados pelo amor de Cristo. Amor embrião da morte e da vida. Sentimento da nobreza humana de um Deus-homem, homem-Deus que dela se despiu e, que nos produz a certeza de que sem este é impossível agradá-lo. Quem alimentar-se do pão da vida e saciar-se da fonte de água viva, desse Amor se eternizará.